sábado, 10 de dezembro de 2011

Lei do prematuro: assine já!

O Pedro nasceu prematuro, mais especificamente com 34 semanas e 5 dias. Foi um sufoco. Um período inesquecível da minha vida, no qual eu aprendi muita coisa. Sofri muito também. Impossível descrever a dor que é ver seu recém-nascido em uma UTI. E você ali: impotente.
Espero que vocês nunca saibam.
Ele ficou lá por 12 longos dias. Para mim, uma eternidade. Lembro de cada detalhe. De cada palavra. De cada lágrima. De cada aperto no coração. De cada mãe que dividia sua história e seus medos na salinha de espera (algumas estavam ali há muito tempo).
Quando fomos para casa, tive a missão de continuar os cuidados com meu bebê. Tive pouco leite (ainda farei um post sobre aleitamento). Saí do hospital tomando antibiótico porque meu médico acreditava que eu estava com mastite. Ok, ok...mastite é "normal" foi o que me disseram.
Tomei 5 caixas de antibiótico e meu seio continuava com sinais inflamatórios. Aos 4 meses do Pedro, fui novamente internada com febre, pus no lugar do leite e muita dor. Resultado da infecção que começou no peito, e aquela altura do campeonato, já era generalizada.
Mais 7 dias de internação, longe do Pedro. Chorei todo tempo. Parecia que aquela dor nunca, nunca iria cicatrizar. 
E vocês acreditam que mesmo com essa ferida aberta ainda existiram pessoas que colocavam o dedo nela???
Haaa...os pitacos!
Quem nunca teve que ouví-los? Se eu tenho um conselho a dar para quem visita alguém que acabou de ter um bebê  é: NÃO dê pitacos. A não ser que eles sejam solicitados, claro (o que eu duvido).  Cada criança é uma e cada mãe também. Portanto, deixe que o tempo faça sua parte. Mãe e filho sempre se entendem. Apesar dos pitacos...rs.
Voltei finalmente para casa, retomei minha vida e meus sonhos.
Hoje meu bebê já não quer mais ser chamado assim...ele me responde estufando o peito: sou um menino mamãe! Um pequeno guerreiro de 2 anos e 3 meses. 
Mas afinal sobre o que é esse post?
Sobre a loucura que é ter um filho prematuro. A gente pira meu bem.
E pense em passar por tudo isso e ainda ter que voltar ao trabalho.
Desumano.
Graças a Deus eu tive o privilégio de ficar com meu filho. Mas tenho consciência que sou uma em meio a tantas que não tem a mesma sorte.
Portanto, por favor, assine a lei do prematuro. Vamos tentar sensibilizar nossos políticos.
Divulgue a lei. Faça sua parte.
Beijo no coração e bom domingo para você!

7 comentários:

RetroMomentos disse...

Ótimo post para conscientização. Eu msm não tinha conhecimento dessa Lei. Parabéns pela garra, amor e pelo filhão! bjuss

Mara Lucia Bechara disse...

Oi mha linda!!eu chamo vcs as mais novinhas dessa maneira carinhosa....eu vim agradecer sua visita, e me deparo com esse texto lindo...vou te contar mha história..Casei com 20 anos tive a Patrícia em seguida fiquei grávida do segundo...repouso,pernas para cima...(com uma criança de 1 ano!!!piada..)..bem não deu para segurar aos 6 meses e meio entro em trabalho de parto isso em 1972,meu marido era médico...já foi me preparando que difícilmente viveria,18 horas de trabalho de parto ...pois bem nasceu o Fernando,no hospital SP hoje UNIFESP,estou falando isso para te explicar que não tinha nem berço aquecido naquela época,amamentar nem pensar,ele engasgava..era de conta gotas...ficou 25 dias no hospital...trouxe para casa....teve todas as infecções possíveis e imagináveis...tinha 2 pediatras ,por que não podia encher o saco de só um.....kkkk...
Bem Dani quando arribamos a parte da saúde ficou a sequelas um atraso...psicomotor...aí começamos a outra luta,achar especialistas como terapeutas,fono,escola...chegaram a me falar que ele com 7 anos tinha atraso mental de 4......Andei,fucei,fui atrás dos melhores....Se não tivesse condições financeiras favoráveis e marido médico que tinha compreensão nunca teria conseguido sou franca em lhe falar isso....
Bem vc vai se perguntar o que o Fernando virou??Tem 38 anos,é médico como o pai foi,é pai de 3 filhos ,e se não fosse sua persistência e tenacidade nunca teria conseguido superar os obstáculos..
Eu díficilmente conto essa história,hoje resolvi contar para vc....e por falar em pitacos...eu sou a rainha de não dar a mínima para palpiteiros...tive mastite na primeira,sequei o leite,sequei no segundo e terceiro.....mas naquela época não havia o policiamento de hoje em dia.....mas no resto td igual..
menina escrevi um livro...
milhões de bjjss

meu cachixó

Misturação - Ana Karla disse...

Nossa, que sofrimento.
Ainda bem que passou e pode-se contar a história.
Também não conhecia a lei.
Boa semana Dani
Xeros

Miriam Bralli disse...

Olá Dani,

Realmente não é fácil, mas agora que passou e seu homenzinho está forte e saudável é isso que importa...são períodos difíceis que nos impulsionam a seguir a Nossa Jornada com Fé e Determinação, ajudando a quem precisa com conhecimento de causa, muito louvável a sua iniciativa....Vou Lá assinar...


Que a Paz esteja em nossos corações...
Feliz Domingo!!!
1000 Beijokinhas

Dani Martins disse...

Queridas...obrigada por participar! Sabe que quando escrevi esse post ontem pensei: parece que isso aconteceu há tanto tempo! Cada segundo valeu a pena. Cuidar do Pedro foi minha terapia...nem tive depressão pós parto. Ver ele bem me fez ficar bem rapidinho.
Queria muito ajudar a essas outras mães para que possam ter o direito de se adaptar à sua nova realidade. Mais tempo de licença-maternidade para mães de prematuros é essencial e deveria ser um direito de todas.
Beijo no coração.

Fabi disse...

Que lindo Dani, mas o melhor de tudo é ver como o Pedro tá lindo e forte e esse episódio ruim ficou p/ trás graças a sua fé, força, perseverança e acima de tudo o amor de mãe que faz qualquer coisa parecer sem sentido... Amoo vc's

Juliana disse...

Oi Dani!
Eu resolvi comentar neste post pq eu sei bem o q vc passou! O Caio não nasceu prematuro mas nasceu
" cansado" e tb teve que ficar no hospital. Depois que melhorou a traquipneia ainda teve ictericia e teve q ficar no banho de luz. Eu ja tinha tido alta mas ficava no hospital o dia todo. No dia que disseram q ele tinha q ficar na luz eu voltei pra casa e chorei tanto que qdo eu voltei no outro dia com os olhos tao inchados a medica perguntou se eu queria me internar de novo pra ficar com ele, e claro eu disse sim. Ai vc mencionou que parecia uma eternidade qdo o Pedro ficou la'. Eu tb tive esta impressão, tanto que bloqueei e esqueci , dai outro dia mesmo fui ver o prontuario de alta e foram so' nove dias!Que pareceram 90! E e' o q vc disse- a gente nao pode fazer nada a nao ser esperar e contar com a misericordia de Deus!
E em relacao aos pitacos: Toda vez que saio com a Jaqueline e' um exercicio de paciencia- gente q eu nunca vi na vida da' palpite: ta' muito coberta,muito pelada,muito assim,muito assado,aaaaaaaiiiiiiiiii!!!!E eu q sou famosa pela falta de diplomacia tenho q contar ate' 500..rsrs...
Mas parabéns pra ti e pro Pedro, que ser mãe não e' tarefa fácil, né? Bjim!